No universo do cinema, algumas franquias simplesmente se recusam a morrer. Seja por amor dos fãs, um novo time criativo inspirado ou até pela nostalgia que bate forte, muitas sagas conseguiram renascer com tudo depois de períodos de baixa, filmes mal recebidos ou até anos de completo silêncio.
Neste artigo, vamos explorar filme por filme, mergulhando fundo nas histórias dessas ressurreições cinematográficas que surpreenderam todo mundo — inclusive os haters.
Prepare a pipoca, porque vem aí franquias que levantaram das cinzas e voltaram a brilhar nas telonas!
🎬 Por que franquias renascem?
Antes de entrarmos nas produções, vale refletir:
- Nostalgia vende.
- Tecnologia evolui e permite visões mais ousadas.
- Novas gerações merecem conhecer ícones do passado.
- Roteiristas e diretores talentosos podem resgatar o que parecia perdido.
Agora sim, vamos de filme por filme com franquias que voltaram com tudo!
1. Mad Max: Da Poeira ao Glória com “Fury Road”
Antes: “Mad Max: Além da Cúpula do Trovão” (1985)
- Foi o último filme da trilogia original.
- Apesar de icônico, já dava sinais de desgaste.
Direção: George Miller e George Ogilvie
Estrelando: Mel Gibson, Tina Turner
Duração: 107 min
Orçamento: 10 milhões de dólares
Recepção: Mista entre crítica e público
O contexto da época
- O primeiro Mad Max (1979) foi um sucesso cult, um filme australiano de baixo orçamento que fez história com suas perseguições de carros insanas e violência estilizada.
- Mad Max 2: A Caçada Continua (1981) elevou o conceito, tornando a saga conhecida mundialmente.
- Quando chegou Além da Cúpula do Trovão, o público já estava apaixonado por essa versão punk e poeirenta do fim do mundo.
Mas o terceiro filme mudou o tom…
O enredo: Max em terra de crianças perdidas
Após vagar sozinho pelo deserto, Max chega à cidade de Bartertown, uma sociedade distópica onde tudo é trocado — literalmente.
Lá ele entra em conflito com Tia Entity, interpretada por Tina Turner, a carismática e implacável líder da cidade. Ela quer que Max enfrente Master Blaster, o gigante que controla a energia de Bartertown. E é aí que somos apresentados à lendária:
Cúpula do Trovão
“Dois homens entram, um homem sai.”
A arena onde conflitos são resolvidos em lutas brutais, com armas penduradas e cabos elásticos — uma das cenas mais marcantes da cultura pop dos anos 80.
Depois, Max acaba entre um grupo de crianças isoladas, vivendo num oásis e esperando por um salvador. A segunda metade do filme tem um tom quase peterpanesco, o que dividiu bastante a opinião dos fãs.
Pontos positivos
- Visual ousado: Cenários, figurinos e caracterização são uma aula de mundo distópico oitentista.
- Tina Turner: Brilha com presença de estrela e ainda canta a música-tema “We Don’t Need Another Hero” — que virou hit.
- Ampliação de universo: Foi o Mad Max mais ambicioso até então.
Pontos que causaram polêmica
- Tom mais leve: Comparado aos anteriores, o filme teve um tom mais “family-friendly”, o que desagradou quem esperava brutalidade.
- Duas metades desconexas: A primeira parte, em Bartertown, é sombria e estilizada. A segunda, com as crianças, parece outro filme.
- Falta de emoção crua: O Max aqui é menos impulsivo e mais estoico — o que deu a sensação de que o personagem estava “domado”.
Curiosidades dos bastidores
- George Miller só dirigiu metade do filme. Após a morte de seu amigo e produtor Byron Kennedy, Miller ficou emocionalmente abalado e dirigiu apenas as cenas de ação. O restante ficou com George Ogilvie.
- Tina Turner nunca atuou antes no cinema, mas aceitou o papel após ler o roteiro e ouvir a trilha que cantaria.
- Foi o último filme da saga com Mel Gibson como Max… até a chegada de Tom Hardy em 2015.
Legado de “Além da Cúpula do Trovão”
Mesmo com divisões, o filme virou cult. A frase “Dois homens entram, um homem sai” foi eternizada em paródias, músicas e outras mídias.
Ele mostrou que o universo Mad Max tinha fôlego além da perseguição pura — e foi justamente essa base que permitiu que, 30 anos depois, “Mad Max: Estrada da Fúria” fosse tão grandioso.
Depois: “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015)
- Direção: George Miller, o mesmo da trilogia original.
- Estrelado por Tom Hardy e Charlize Theron.
- Visual alucinante, ação insana e personagens intensos.
Direção: George Miller
Estrelando: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult
Duração: 120 min
Orçamento: 150 milhões de dólares
Recepção: Aclamado por crítica e público
Prêmios: 6 Oscars, incluindo Edição, Direção de Arte e Figurino
O retorno do caos: por que Fury Road foi um marco?
30 anos depois de Além da Cúpula do Trovão, George Miller resolveu que era hora de reacender os motores da insanidade distópica — e que decisão gloriosa!
Mas diferente dos outros reboots, ele não apagou o passado. Em vez disso, simplesmente reimaginou o universo com mais potência, mais estilo, e mais… areia, claro.
A história (simples e genial)
Max (Tom Hardy), agora mais silencioso e traumatizado do que nunca, é capturado por uma gangue bizarra liderada por Immortan Joe, um tirano que controla água, gasolina e pessoas.
Mas quem rouba a cena é Furiosa (Charlize Theron), uma imperatriz rebelde que foge com as esposas de Immortan Joe para libertá-las da opressão.
O filme, basicamente, é isso:
Uma perseguição de duas horas. Pra frente. E depois de volta.
Parece simples? É. E é exatamente isso que torna Fury Road uma obra-prima.
Estilo visual que redefiniu a ação
Elementos visuais que deixaram o mundo em choque:
- Pouquíssimo CGI: Quase tudo foi feito com efeitos práticos. Os carros explodindo? De verdade. As acrobacias? Reais.
- Cor no deserto: Ao contrário dos tons sépia e cinzentos típicos de distopias, o filme abraça cores vivas, como laranja flamejante e azul neon.
- Design dos veículos: Cada carro parece uma obra de arte metálica maluca. Destaque pro Doof Wagon, o caminhão com guitarrista lançando fogo!
Minimalismo narrativo, profundidade emocional
Apesar do ritmo insano, o filme consegue:
- Explorar traumas de guerra e solidão (Max).
- Retratar emancipação feminina (Furiosa e as esposas).
- Questionar autoritarismo, religião fanática e exploração dos recursos.
Tudo isso sem diálogos expositivos longos. É mostrar ao invés de contar, e isso conquistou a crítica.
Tom Hardy vs. Charlize Theron
Max Rockatansky:
- Quase mudo no filme.
- Mais um observador do que o herói central.
- Tom Hardy dá um Max mais animal, instintivo, quase selvagem.
Furiosa:
- Furiosa É o filme.
- Ícone de resistência, luta, liderança.
- Charlize entrega intensidade física e emocional absurda.
Essa inversão de protagonismo foi ousada, e muita gente amou ver o holofote nas mãos femininas sem forçar nada.
Reconhecimento e impacto
- 10 indicações ao Oscar.
- 6 vitórias, incluindo:
- Melhor Edição
- Melhor Direção de Arte
- Melhor Figurino
- Melhor Mixagem e Edição de Som
- Foi eleito por várias listas como o melhor filme da década de 2010.
Críticos disseram:
“Um filme de ação para os livros de história.”
“Cada frame é uma pintura em movimento.”
“Uma aula de cinema moderno.”
Curiosidades dos bastidores
- Demorou 15 anos pra sair do papel. George Miller tentou filmar desde os anos 2000, mas enfrentou problemas com orçamento, localizações e até guerra no Iraque (impedindo gravações na Namíbia).
- Tom Hardy e Charlize Theron brigaram no set. As tensões foram reais, principalmente por causa da intensidade das filmagens. Mas depois se reconciliaram.
- Guitarra flamejante é de verdade. O Doof Warrior realmente tocava e cuspia fogo. Porque por que não, né?
O legado e o que vem por aí
Estrada da Fúria redefiniu o que é um blockbuster autoral. Mostrou que ainda dá pra fazer algo original, visualmente impactante e narrativamente denso, mesmo com orçamento de estúdio grande.
E o melhor?
Próximos filmes confirmados:
- Furiosa: A Mad Max Saga – um prequel com Anya Taylor-Joy no papel principal.
- George Miller ainda planeja outros filmes do universo, inclusive mais histórias com Max.
Conclusão
Mad Max: Estrada da Fúria não só reviveu uma franquia esquecida, como a elevou a outro nível.
É um exemplo de como a combinação de visão criativa, técnica de ponta e coragem artística pode transformar um reboot em obra-prima instantânea.
Se o Max do passado lutava por sobrevivência, o de 2015 lutou por libertação, identidade e redenção — e levou o público junto, de carona no capô.
Por que renasceu com força?
- Ganhou 6 Oscars técnicos.
- Virou referência em filmes de ação modernos.
- Reacendeu o interesse na franquia, com spin-offs já confirmados.